quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

vais estar sozinho!

Um dia vais estar sozinho, vais fechar os olhos e tudo estará negro, os números de tua agenda passarão claramente na tua frente e nem vais dar conta disso.
A tua boca vai tentar chamar alguém, mas não há alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar os teus cabelos até que o mundo pare de girar.
Nessa fracção de segundos, quando os teus pés se perderem no chão, vais lembrar-te da minha ternura e do meu sorriso infantil.
Virão súbitas memórias que vais gostar e ter saudades que é dos meus abraços e beijos, da minha preocupação contigo e só vai passar músicas repetidas no teu rádio: essas músicas são as nossas.
Em um novo momento tu vais sentir um aperto no peito, uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter o nosso mundo de novo.
O nome disso é saudade, aquilo que eu tinha e te falava sempre.
E quando finalmente ligares para o meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será o mesmo, ou eu não queira te atender.
Se fores bater na minha porta ela estará trancada e se aberta estiver mostrara uma casa vazia.
Teus olhos te ensinaram o que são lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto.
O nome do enjoo que tu vais sentir é arrependimento, e a falta de fome que virá chama-se tristeza.
Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com os mesmos olhos que eu... Virás encontrar a famosa solidão. A partir daí o que acontecera chama-se surpresa e provavelmente o remédio para todas essas sensações acima é o tal do tempo em que tu tanto falavas.                                                                                                                            

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